A dormência nas mãos é uma das lesões mais comuns entre ciclistas, por isso é também conhecida como paralisia do ciclista. Diferente do que se pode imaginar, as mãos são uma das partes do corpo que mais sofrem pressão durante o exercício de pedalar, por conta de todo o peso e pressão que é posto sobre elas com o simples ato de segurar o guidão. Apesar disso, é claro que a dormência nas mãos não é uma lesão que ocorre apenas entre pessoas que praticam o ciclismo. Ela pode aparecer por conta de traumas na região, tumores ou até mesmo na prática de outros esportes.
A paralisia do ciclista ou dormência nas mãos ocorre em um dos três principais nervos da mão, o nervo ulnar. Esse nervo é bastante importante porque passa por uma espécie de túnel ou canal – nomeado Guyon, localizado na altura do punho e responsável não só pela sensibilidade dos dedos mínimos e anelares como também por grande parte dos movimentos da mão. O que acontece na lesão, é a compressão do nervo, que acaba exatamente comprometendo a sensibilidade e a realização de movimentos da mão.
Tanto quanto as lesões nas costas, pernas ou braços, a lesão da mão no esporte também é muito frequente e deve ser tratada com a mesma seriedade e importância. Mesmo quando, no caso da dormência nas mãos, o sintoma desaparece quando o exercício é interrompido, vale ficar atento a possíveis recidivas e procurar por um médico ortopedista especialista em mãos antes que a alteração se torne um incômodo maior ou até um dano permanente.
Os sintomas são basicamente dormência e formigamento na palma da mão e nos dedos – concentrando-se principalmente no mínimo e no anelar. É bastante usual que a dor desapareça com o fim do exercício ou melhore ao balançar a mão, ou alternar a posição da pegada no guidão, mas ela pode persistir por dias e até meses com o passar do tempo.
É importante que o paciente procure por atendimento o quanto antes, logo ao perceber persistência ou recidiva dos sintomas.
O diagnóstico da paralisia do ciclista ou dormência nas mãos é bastante simples e rápido. Na maioria das vezes, ele costuma ser feito apenas por meio da observação dos sintomas e conversa com o paciente, no próprio consultório médico.
Dependendo da queixa ou histórico do paciente, o médico ortopedista pode solicitar por exames de imagem, geralmente radiografia, ou por uma eletroneuromiografia – exame neurofisiológico que monitora a atividade elétrica nas células musculares, específico para identificar doenças dos nervos, entre outros tipos.
A dormência nas mãos precisa de tratamento sempre que atinge a fase crônica, ou seja, quando os sintomas persistem mesmo com repouso ou aparecem com certa frequência. O tratamento costuma ser feito com o uso de medicamentos anti-inflamatórios e pode ser necessário o uso de tala, além de sessões de fisioterapia – para recuperação das mãos e retorno às atividades esportivas.
Além disso, é imprescindível que o paciente passe a ter alguns cuidados a fim de evitar que a paralisia retorne.