O nervo ulnar é um dos principais nervos do braço e tem um papel fundamental no movimento e na sensibilidade da mão. Ele passa por um canal estreito na parte interna do cotovelo, chamado de “túnel cubital”, e desce até os dedos. Quando esse nervo é comprimido ou lesionado, a pessoa pode sentir formigamento, dormência e até fraqueza nos dedos, principalmente no anelar e no mindinho.
Esse tipo de lesão é mais comum do que se imagina e pode afetar a qualidade de vida de maneira significativa. Atividades simples como segurar uma caneta, abrir uma garrafa ou digitar podem se tornar desconfortáveis. Em casos mais graves, pode haver perda de força e até atrofia muscular na mão.
O que causa a lesão do nervo ulnar?
A compressão do nervo ulnar geralmente ocorre no cotovelo, especialmente quando ele é mantido dobrado por longos períodos. Isso pode acontecer, por exemplo, ao falar ao telefone segurando-o entre o ombro e a orelha, ou durante o sono com o braço dobrado. Nesses casos, o nervo fica espremido no túnel cubital e começa a provocar sintomas.
Além disso, movimentos repetitivos com o cotovelo, como os realizados por pessoas que trabalham em escritórios ou que dirigem por muitas horas, também podem causar o problema. Certas profissões e esportes aumentam o risco, principalmente aqueles que exigem esforço constante dos braços e mãos.
Traumas diretos no cotovelo, como quedas ou pancadas, também podem lesionar o nervo. Em alguns casos, o problema pode surgir de forma lenta, sem uma causa clara, apenas pelo desgaste natural das estruturas ao redor do nervo com o passar do tempo.
Sintomas mais comuns
O sintoma mais característico é o formigamento ou dormência na parte interna do braço, que pode se estender para o dedo anelar e o dedo mínimo. Esse desconforto costuma piorar quando o cotovelo fica dobrado por muito tempo, como ao segurar o telefone ou dormir com o braço encolhido.
Com o tempo, a pessoa pode perceber fraqueza na mão, dificuldade para segurar objetos ou realizar tarefas finas, como abotoar roupas ou escrever. Em casos avançados, os músculos da mão podem diminuir de volume, o que indica que o nervo está sendo prejudicado há muito tempo.
Outro sinal comum é a sensação de "choque" ao bater o cotovelo em uma superfície dura, o que é popularmente conhecido como "bater o osso engraçado". Essa reação é causada pela sensibilidade do nervo ulnar nessa região.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico começa com uma avaliação clínica. O profissional de saúde pergunta sobre os sintomas, o histórico do paciente e as atividades do dia a dia. Em seguida, realiza testes físicos para identificar pontos de sensibilidade e limitações nos movimentos.
Exames como a eletroneuromiografia podem ser solicitados. Esse teste mede a velocidade dos impulsos nervosos e ajuda a localizar o ponto exato da compressão. Em alguns casos, exames de imagem, como ultrassonografia ou ressonância magnética, também são utilizados para visualizar a anatomia do cotovelo.
Um diagnóstico precoce é fundamental para evitar danos permanentes ao nervo. Por isso, é importante procurar ajuda médica assim que surgirem os primeiros sinais, mesmo que pareçam leves no início.
Tratamento e cuidados indicados
O tratamento depende da gravidade dos sintomas. Em casos leves, medidas simples como evitar apoiar o cotovelo por longos períodos, usar talas à noite para manter o braço esticado e fazer pausas durante atividades repetitivas podem ser suficientes para aliviar o desconforto.
A fisioterapia pode ser recomendada para fortalecer os músculos do braço, melhorar a postura e ensinar movimentos que evitam sobrecarregar o nervo. Técnicas como alongamentos e exercícios suaves ajudam na recuperação e no alívio da dor.
Se os sintomas forem persistentes ou se houver perda de força na mão, o médico pode indicar procedimentos específicos para aliviar a pressão sobre o nervo. Essas abordagens visam proteger o nervo a longo prazo e restaurar a função normal da mão.
Prevenção e qualidade de vida
Algumas mudanças no dia a dia podem ajudar a prevenir lesões do nervo ulnar. Evitar apoiar os cotovelos em superfícies duras por muito tempo, usar apoios ergonômicos no trabalho e manter uma boa postura são atitudes simples que fazem diferença.
Durante o sono, é bom tentar manter os braços esticados e evitar posições que mantenham o cotovelo dobrado por muitas horas. Para quem dirige ou trabalha no computador, fazer pausas regulares para alongar os braços também é uma medida eficaz.
Por fim, escutar os sinais do corpo é essencial. Ao perceber formigamento ou dor no braço e na mão, é importante buscar ajuda médica. Com o diagnóstico e tratamento corretos, é possível evitar complicações e manter a saúde dos nervos e das mãos.