A artrose acromioclavicular é uma condição que afeta uma pequena articulação localizada no topo do ombro. Essa articulação liga a clavícula (osso da frente do ombro) ao acrômio (parte superior da escápula). Com o tempo, ela pode sofrer desgaste, provocando dor e limitação de movimentos. Essa situação é comum em pessoas que realizam movimentos repetitivos com os braços, principalmente acima da cabeça.
Essa forma de artrose é muitas vezes ignorada nas fases iniciais, pois os sintomas podem parecer leves. No entanto, à medida que a doença progride, a dor pode se tornar constante e atrapalhar atividades simples do dia a dia. Entender melhor essa condição é essencial para buscar o tratamento adequado e manter a qualidade de vida.
Causas e fatores de risco
A principal causa da artrose acromioclavicular é o envelhecimento natural da articulação. Com o passar dos anos, a cartilagem que protege os ossos se desgasta, o que pode provocar atrito entre as superfícies ósseas e gerar inflamação e dor. Esse processo acontece de forma gradual e costuma afetar pessoas com mais de 50 anos.
Além do fator idade, existem outras situações que aumentam o risco de desenvolver essa artrose. Traumas diretos no ombro, como quedas ou batidas fortes, podem acelerar o desgaste da articulação. Atividades físicas que exigem muito do ombro, especialmente aquelas que envolvem levantar os braços com frequência, também contribuem para esse problema.
Certos esportes e profissões estão entre os fatores de risco. Levantadores de peso, pintores, marceneiros e atletas de esportes com raquetes, por exemplo, estão mais propensos. Isso porque a sobrecarga contínua sobre a articulação acromioclavicular favorece lesões e o aparecimento da artrose.
Sintomas mais comuns
A dor no topo do ombro é o sintoma mais típico da artrose acromioclavicular. Geralmente, ela é percebida durante movimentos que envolvem levantar o braço, cruzar os braços sobre o peito ou carregar objetos pesados. Nos estágios iniciais, a dor pode surgir apenas após esforço. Com o tempo, ela pode se tornar constante, mesmo em repouso.
Outro sinal comum é a rigidez no ombro. A pessoa pode sentir dificuldade para realizar movimentos amplos com o braço ou notar uma sensação de travamento. Algumas vezes, há também estalos ou ruídos ao movimentar o ombro, o que indica que a articulação não está funcionando de maneira suave.
Inchaço e sensibilidade ao toque na região superior do ombro também podem ocorrer. Esses sintomas podem ser confundidos com outras doenças do ombro, como tendinites ou bursites, por isso é importante buscar orientação médica para um diagnóstico correto.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico da artrose acromioclavicular começa com a avaliação clínica. O médico realiza perguntas sobre os sintomas, histórico de lesões e hábitos do paciente. Em seguida, faz exames físicos, pedindo movimentos específicos para identificar a origem da dor.
Exames de imagem são fundamentais para confirmar a presença da artrose. A radiografia costuma ser o primeiro exame solicitado, pois mostra alterações ósseas, como estreitamento da articulação, presença de esporões e desgaste da cartilagem. Em casos mais detalhados, pode-se recorrer à ressonância magnética.
Esse processo ajuda a descartar outras doenças que também causam dor no ombro. Um diagnóstico correto é essencial para indicar o tratamento mais eficaz e evitar que o problema se agrave.
Tratamento e cuidados recomendados
O tratamento da artrose acromioclavicular depende da intensidade dos sintomas e do grau de desgaste da articulação. Em muitos casos, mudanças no estilo de vida e tratamentos conservadores são suficientes para aliviar a dor e melhorar a mobilidade. O repouso, especialmente durante as crises, é importante para evitar piora.
Fisioterapia é uma parte essencial do tratamento. Os exercícios ajudam a fortalecer os músculos ao redor do ombro, melhoram a postura e aumentam a flexibilidade. Técnicas como compressas quentes, ultrassom e alongamentos também são usadas para aliviar o desconforto.
Nos casos mais graves, em que as medidas conservadoras não trazem melhora, procedimentos médicos podem ser indicados. Há diferentes abordagens que o profissional de saúde pode recomendar para reduzir a dor e restaurar a função do ombro, sempre levando em consideração as características de cada paciente.
Prevenção e qualidade de vida
Embora nem sempre seja possível evitar completamente a artrose, alguns cuidados podem diminuir os riscos. Proteger o ombro durante a prática de atividades físicas é essencial, assim como evitar movimentos repetitivos e sobrecargas. Aquecer e alongar antes dos exercícios também ajuda a preservar as articulações.
Manter uma boa postura no dia a dia reduz o estresse sobre os ombros. Trabalhar em posições ergonômicas, fazer pausas durante atividades longas e ajustar o ambiente de trabalho são medidas simples que fazem diferença. Além disso, o fortalecimento muscular dos ombros e costas pode ajudar a distribuir melhor o esforço.
Por fim, procurar ajuda médica logo nos primeiros sinais de dor é o melhor caminho para evitar que a artrose acromioclavicular avance. Com o tratamento adequado, é possível manter a funcionalidade do ombro e continuar com as atividades diárias sem dor.